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              Produtores 
              apostam na agricultura ecológica 
             . 
              Ivanor Toscan investe na cultura 
              agroecológica há três anos.  
               
               
              ........A 
              crescente procura por alimentos mais seguros e o aumento da consciência 
              ecológica dos consumidores vêm transformando a agroecologia 
              num autêntico e procurado nicho de mercado. Dados do Centro 
              Internacional de Comércio (ITC), organismo vinculado à 
              Organização Mundial do Comércio (OMC) e a Conferencia 
              das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento 
              (Unctad) apontam um crescimento dos produtos orgânicos em 
              20% a 30% ao ano no mundo todo, o que movimenta atualmente cerca 
              de 20 bilhões de dólares.  
              
              Chefe da Emater de Nova Pádua Enio Todeschini, 
              diz que o trabalho agroecológico precisa ser desenvolvido 
              aos poucos. 
             
             
              Em geral, a idéia que se tem desses produtos é que 
              eles são "isentos de agrotóxicos e adubos químicos 
              solúveis". Entretanto, o conceito é bem mais 
              amplo, pois envolve todo um sistema de produção que 
              se apóia no manejo equilibrado do solo e dos demais recursos 
              naturais, partindo do pressuposto de que a fertilidade da terra 
              deve ser buscada na matéria orgânica, rica em microorganismos 
              capazes de fornecer os elementos necessários ao desenvolvimento 
              das plantas, ao mesmo tempo em que as torna resistentes a pragas 
              e doenças. Os sistemas agroecológicos têm demonstrado 
              que é possível produzir propiciando a possibilidade 
              natural de renovação do solo, facilitando a reciclagem 
              de nutrientes do solo, utilizando racionalmente os recursos naturais 
              e mantendo a biodiversidade, que é importantíssima 
              para a formação do solo.  
              No município de Nova Pádua, há três anos, 
              um grupo formado por 13 famílias se uniu e adotou a produção 
              agroecológica. Para isso, eles recebem treinamento e assistência 
              técnica. Desde 2000, a Emater daquele município desenvolve 
              uma diretriz de produção com menor carga de agrotóxicos. 
              Durante um ano, os trabalhos foram divulgados para comunidade e 
              em 2001 foi fundado o grupo. "Umas das dificuldades encontradas 
              foi resistência e desacreditação da agroecologia 
              pelos produtores. Mas fomos trabalhando as idéias, a conscientização 
              para depois começarmos os trabalhos práticos", 
              diz o chefe da Emater de Nova Pádua Enio Ângelo Todeschini, 
              que acrescenta: "Agora o produtor está vendo o resultado". 
              Conforme o secretário da Agricultura e Abastecimento de Nova 
              Pádua, Ivanor Toscan, que também é um dos investidores 
              da agricultura orgânica, foi aberto um curso sobre agroecologia 
              no município para explicar sobre esse tipo de cultura. O 
              grupo se reúne a cada dois meses para conversar sobre a produção 
              e rever tudo o que está sendo feito. Para o secretário, 
              por enquanto, o número de famílias é pequeno 
              porque "todos querem ver primeiro para depois ver ter certeza 
              que dá certo." 
              De acordo com Todeschini, a produção de culturas orgânicas 
              é bem diversificada. O destaque fica para a uva, mas aparecem 
              também a cebola, alho, abóbora, pêssego e citros 
              (laranja, bergamota, lima). Até agora já foram plantados 
              cerca de 15 hectares de parreirais agroecológicos. "É 
              um trabalho desenvolvido passo a passo, para os produtores entenderem 
              esse processo de conversão", explica Todeschini.  
             
               
            Primeiros 
              passos na agroecologia 
             
                
              Uma das culturas ecológicas de Pedro e Valdir Fantin 
              é a cebola plantada sobre tapete de aveia. 
               
               
              Os agricultores Valdir Fantin, 44 anos, e 
              Pedro Fantin, 47, moradores do Travessão Acioli, começam 
              a dar os primeiros passos na cultura agroecológica. Desde 
              2001, os irmãos cultivam abóbora, uva, milho e cebola 
              pelo sistema orgânico. "Se conseguirmos nos adequar vamos 
              aumentar a produção", afirma Valdir. 
              Um dos motivos pelos quais a família resolveu optar por esse 
              tipo de produção foi a questão da saúde, 
              a fim de reduzir os produtos agrotóxicos nos alimentos e 
              os riscos que o uso dos mesmos causa para a saúde. 
              Por enquanto, os Fantin tem comercializado os produtos ecológicos 
              junto com os convencionais. "Vendemos tudo junto. Quando conseguirmos 
              cultivar tudo ecológico vamos procurar mercado para a vende", 
              diz Pedro.  
              A comercialização dos produtos ecológicos é 
              o que tem se tornado um empecilho para os agricultores. Somente 
              três famílias de Nova Pádua vendem os produtos 
              para uma cooperativa ecológica de Antonio Prado, os demais 
              produtores comercializam os produtos como convencionais ou utilizam 
              para consumo próprio. "Flores da Cunha e Nova Pádua 
              não possuem um mercado para esses produtos. O que acaba tornando 
              difícil à venda", diz o secretário da 
              Agricultura e Abastecimento. Segundo o chefe da Emater, se no início 
              a preocupação era com a conscientização 
              ecológica, hoje a comercialização tem preocupado. 
              "Estamos conduzindo as famílias. Vamos transformar essa 
              produção e manter a linha agroecólogica". 
               
              Toscan, que é um dos agricultores que comercializa a uva 
              para a cooperativa de Antonio Prado, possui 1 hectare de parreiras 
              ecológicas. "Com o passar dos anos pretendo substituir 
              os parreirais convencionais pelos ecológicos", diz. 
              A uva produzida por Toscan é transformada em suco.  
              Uma das grandes vantagens da agricultura orgânica é 
              a diminuição nos gastos com agrotóxicos, que 
              pode ser reduzido em 60% a 70%, já que muitos produtos utilizados 
              são caseiros, como as cinzas. "Uma das vantagens é 
              que se faz tudo em casa", diz Toscan. Pedro Fantin acrescenta: 
              "Gasta-se menos, mas dá mais trabalho".  
              A agroecologia trabalha com a conservação do solo 
              ao invés de destruí-lo. Em vez de se eliminar os inços, 
              aprende-se a trabalhar a parceria entre as ervas e as culturas. 
              Não irá se tratar a doença com agrotóxicos, 
              mas busca-se fortalecer a planta para que esta não se torne 
              suscetível ao ataque de doenças e isentos. "Os 
              princípios agroecológicos buscam um equilíbrio 
              entre o meio ambiente e o solo", destaca o chefe da Emater 
              Enio Todeschini. Uma das técnicas bastante utilizadas em 
              Nova Pádua é a aveia que protege contra os inços 
              e ajuda a adubar e drenar o solo. (Continua na página 2) 
               
               
             
              Agroecologia: 
              
            "É 
              possível plantar sem usar agrotóxicos" 
             
                
              Neri Morandi mantém uma horta somente com produtos plantados 
              de forma orgânica  
            ................O 
              agricultor Neri Morandi, 58 anos, morador do Travessão Acioli, 
              procura evitar o máximo de agrotóxicos em suas plantações. 
              "Cuido para usar o menos possível", diz. Morandi 
              mantém uma horta em casa totalmente natural e também 
              está começando a produzir uva ecológica. "Notamos 
              que dá para plantar sem usar os insumos".  
              Após observar a quantidade de agrotóxicos que era 
              empregada na fruticultura e como, apesar do uso de equipamentos 
              de proteção, os trabalhadores ainda se contaminavam, 
              a família resolveu optar pela agricultura orgânica. 
              Fez estudos e experiências com os novos produtos. "Dá 
              para ver que tanto a nível nacional, quanto internacional, 
              todos estão preocupados com a produção de frutas 
              com agrotóxicos", diz Morandi.  
             
              Cuidados com a saúde motivaram o plantio 
              orgânico  
              
              Paulo 
              e Roberto Baggio  
             
              A agricultura orgânica na família do agricultor Paulo 
              Baggio, 55 anos, morador de Nova Pádua, foi mais que uma 
              opção de vida. Por problemas de saúde, ocasionados 
              pelo uso de agrotóxicos, Baggio optou por cultivar tudo de 
              forma ecológica. Nas plantações de milho e 
              uva, por exemplo, tudo é feito de forma ecológica. 
               
              Há um ano, a família resolveu comprar uma máquina 
              para fazer sucos em casa com a uva 100% ecológica que produz. 
              "Tínhamos visto no mercado, conversarmos, até 
              que decidimos comprar a máquina", conta o filho de Pedro, 
              o funcionário público Roberto Baggio, 28 anos. Na 
              última safra a família produziu 460 litros de suco. 
               
              Por enquanto, a bebida é feita só para consumo próprio, 
              mas futuramente a família pensa em montar uma cooperativa. 
              "Agora vamos tentar vender a uva para uma cooperativa", 
              diz Roberto Baggio.  
            Vantagens 
              da Agroecologia 
            Possibilita 
              a natural renovação do solo; 
              Facilita a reciclagem de nutrientes do solo; 
              Utiliza racionalmente os recursos naturais; 
              Mantêm a biodiversidade que é importante para a formação 
              do solo; 
            A 
              origem  
             
              A agroecologia surgiu na década de 1920, quando iniciaram 
              as primeiras preocupações com a qualidade dos alimentos 
              consumidos pela população. A evolução 
              para essa forma de produção foi gradual, sendo que 
              os primeiros movimentos de agricultura nativa surgiram na Inglaterra 
              e na Áustria, e posteriormente na França e no Japão. 
               
              No Brasil, a agroecologia surgiu na década de 70 como uma 
              forma de vida alternativa, em maior contato com a natureza, e que 
              repudiava a utilização de insumos sintéticos 
              em suas lavouras. Praticada predominantemente por pequenos produtores, 
              cujo mercado consumidor foi se formando entre o público que 
              acreditava que alimentos livres de agrotóxicos seriam mais 
              benéficos à saúde.  
              Nos anos seguintes, esse segmento cresceu e começou a se 
              organizar, dando origem a diversas associações. No 
              Brasil, a entrada dos orgânicos nos supermercados ocorreu 
              a partir de 1997, o que contribuiu para aumentar sua visibilidade. 
              Paralelamente outros canais de comercialização foram 
              criados.  
              A expansão do consumo interno e a perspectiva de conquistar 
              mercados também no exterior levaram ao crescimento da produção, 
              que veio acompanhada da necessidade de garantia da qualidade, e 
              a certificação acabou por se tornar uma exigência. 
              Para atende-la, o produtor precisa contratar uma empresa certificadora. 
              Esta realiza uma auditoria em sua propriedade, verificando desde 
              a correção dos procedimentos técnicos até 
              a conservação de matas nativas e as condições 
              de vida e de trabalho dos agricultores. O processo envolve análises 
              de laboratório para atestar a qualidade do solo, dos insumos 
              e da água utilizada, o que implica despesas com as quais 
              os pequenos proprietários, muitas vezes, não têm 
              capacidade de arcar. Nesse caso, a certificação em 
              grupo torna-se a melhor opção.  
              Para passar da agricultura convencional para a orgânica é 
              necessário realizar um processo de conversão. Isso 
              significa que, durante um período, o uso de fertilizantes 
              é suspenso e a terra deve ser trabalhada até que o 
              solo esteja livre de produtos químicos e a quantidade de 
              nutrientes atinja um nível adequado. Esse procedimento leva 
              cerca de três anos e precisa também ser certificado. 
               
            Técnicas 
              Agroecológicas: 
              Adubação verde  
             
              A adubação verde é o cultivo de plantas que 
              estruturam o solo e o enriquecem com nitrogênio, fósforo, 
              potássio, enxofre, cálcio e micronutrientes. As plantas 
              de adubação verde devem ser rústicas e bem 
              adaptadas a cada região para que descompactem o solo com 
              suas raízes vigorosas e produzam grande volume de massa verde 
              para melhorar a matéria orgânica.  
            Adubação 
              orgânica 
             
              A adubação orgânica é feita através 
              da utilização de vários tipos de resíduos, 
              tais como: esterco curtido, vermicomposto de minhocas, compostos 
              fermentados, biofertilizantes enriquecidos com micronutrientes e 
              cobertura morta. Todos esses materiais são ricos em organismos 
              úteis, macro e micro nutrientes, antibióticos naturais 
              e substâncias de crescimento. 
               
               
              Adubação mineral 
             
               
              A adubação mineral é feita com adubos minerais 
              naturais de sensibilidade lenta, tais como: pó de rochas, 
              restos de mineração, etc. Estes adubos fornecem nutrientes 
              com cálcio, fósforo, magnésio, potássio 
              e outros, em doses moderadas, conforme as necessidades da planta. 
               
            Não 
              usar agrotóxicos 
               
              Os agrotóxicos, além de contaminar as águas, 
              envenenar os alimentos, matar os inimigos naturais dos parasitas 
              e contaminar quem os manuseia, desequilibram as plantas, tornando-as 
              mais suscetíveis. 
              É comum que logo depois de uma aplicação de 
              agrotóxicos as plantas sofram ataques ainda mais fortes, 
              obrigando o agricultor a recorrer a venenos mais fortes ainda.  
            Não 
              usar adubos químicos solúveis 
             
              Este tipo de adubação é a causa de dois problemas 
              sérios: a morte de microorganismos úteis do solo e 
              a absorção forçada pela pelas plantas, pois 
              estes sais, além de se solubilizarem na água do solo, 
              apresentam-se em altas concentrações. Este processo 
              resulta em desequilíbrio fisiológico da planta, deixando-a 
              suscetível aos parasitas.  
            Usar 
              defensivos naturais 
             
              Defensivos naturais são produtos que estimulam o metabolismo 
              das plantas quando pulverizados sobre elas. Estes compostos, geralmente 
              preparados pelo agricultor, não são tóxicos 
              e são de baixo custo. Como exemplos podemos citar: biofertilizantes 
              enriquecidos, água de verme composto, cinzas, soro de leite, 
              enxofre, calda bordalesa, calda sulfocálcica, entre outros. 
               
            
             
              Safra 2004: 
              Área de plantio poderá diminuir em até 
              40% 
             ....... 
              Nelso 
              Slaviero estoca parte da produção de alho para vender 
              aos turistas. 
               
               
               
                
              Luis Carlos Molon aponta que falta de chuva pode prejudicar 
              a colheita  
             
              A grande importação do alho da Argentina e da China, 
              a falta de incentivo por parte do governo e o aumento do custo do 
              cultivo está fazendo com que muitos produtores de Flores 
              da Cunha e Nova Pádua reduzam significativamente as áreas 
              de plantio. Essa desistência pode acarretar uma diminuição 
              considerável nos números da safra 2005 no município. 
               
              Conforme o chefe da Emater de Flores da Cunha, Jair Carlin, é 
              possível que a plantação diminua entre 30% 
              e 40%, o que, conseqüentemente, reduzirá a produção 
              do alho. Na última safra, Flores da Cunha, que é o 
              segundo maior produtor de alho do Estado, colheu em torno de 3,2 
              milhões de quilos em 360 hectares. Para 2005, a projeção 
              de Carlin é de que a safra chegue a R$ 2 milhões de 
              quilos. "A expectativa é de colher acima de 10 toneladas 
              por hectare", diz Carlin. No município, o alho gera 
              1.180 empregos e é cultivado por 280 produtores rurais. A 
              produtividade dia do município é de 9 mil quilos por 
              hectare.  
              Para o presidente da Associação Gaúcha dos 
              Produtores de Alho (Agapa) e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais 
              de Flores da Cunha e Nova Pádua (STR), Olir Schiavenin, a 
              diminuição da área acarreta uma maior qualidade 
              da safra, além de diminuir o custo com o cultivo do alho. 
              "Estamos reduzindo de forma consciente. Em vez de plantar mais, 
              vamos ter condições de tratar melhor. E o mercado 
              quer qualidade", diz Schiavenin.  
              Apesar da redução, Carlin também acredita numa 
              safra boa. "Estamos preocupados em produzir com qualidade para 
              sermos competitivos", frisa. A escassez de chuva também 
              tem se mostrado um fator que pode vir a prejudicar o cultivo.  
              
              Marcos Isoton mostra a área que até o ano passado 
              era destinada ao plantio do alho, mas neste ano foi utilizada para 
              o cultivo de uva 
             
               
              O agricultor Marcos Afonso Isoton, 35 anos, morador da localidade 
              do Travessão Carvalho, é um dos alhicultores que vem 
              diminuindo a quantidade de alho plantado. Enquanto que em 2003 Isoton 
              plantou 5 hectares, neste ano, o agricultor colherá o produto 
              em apenas 1,8 hectare, o que corresponde a uma redução 
              de 65%. "Logo que começamos a plantar dava retorno, 
              mas hoje em dia o custo de produção é muito 
              alto para uma vendagem com preço muito baixo", explica 
              o agricultor.  
              Apesar de ter vendido toda a safra do ano, Isoton considera que 
              não teve lucros com o preço que recebeu pelo produto, 
              que foi vendido a R$ 1,50. A terra, que era destinada a plantação 
              do alho até o ano passado, neste ano foi utilizada para o 
              plantio de parreirais. "Deixei um pouco o alho de lado para 
              plantar uva, porque no futuro pretendo instalar uma vinícola", 
              diz.  
              O agricultor Luis Carlos Molon, 48 anos, também morador do 
              Travessão Carvalho, compartilha da mesma opinião de 
              Isoton. "Se continuar dando problemas vamos diminuir a plantação 
              e substituir o alho por outra cultura, porque trabalhar com riscos 
              não dá", salienta. O agricultor reduziu a plantação 
              de 2 hectares em 2003 para 1,6 hectares neste ano. "Investimos 
              no alho porque era uma alternativa além da uva. Há 
              quatro anos vendia-se bem, até R$ 3 o quilo. Mas os últimos 
              três anos tem sido os piores", diz o agricultor, que 
              ainda destaca que muitas vezes não se recebe o preço 
              prometido pelo produto. "Anos atrás tínhamos 
              até 100% de lucro com o alho", frisa o agricultor Nelso 
              Slaviero, 45 anos. Diferentemente dos outros, Slaviero produziu 
              neste ano 30% a mais que o ano passado e conseguiu vender seus produtos 
              na média de R$ 2. "Hoje em dia é preciso ter 
              menos quantidade e mais qualidade", afirma o agricultor, que 
              apesar do aumento também diminuiu em meio hectare a plantação 
              em 2004.  
              Uma das alternativas encontradas por Slaviero é o investimento 
              no turismo, por isso parte de sua produção de alho 
              é estocada para vender aos visitantes.  
              O elevado custo de manutenção do produto é 
              outro dos quesitos que conta para a diminuição da 
              cultura. "Esperamos que o governo resolva o problema e que 
              não venha o alho importado", diz Molon.  
              O Rio Grande do Sul tem 3.217 hectares de área cultivada 
              e produziu na última safra 25.949 quilos. Em todo o país 
              foram colhidos 70 milhões de quilos, numa produtividade média 
              de 8.750 quilos por hectare.  
              Neste ano, para conseguir comercialização os produtores 
              submeteram-se a preços inferiores aos custos. O valor médio 
              pago aos produtores foi de R$ 1,50 quando na verdade para cobrir 
              os custos o produto precisaria ser vendido a no mínimo R$ 
              2,50. O alho importado chega ao país entre R$ 1,20 e R$ 1,70. 
               
             
              Evento: 
             
              Congresso e Seminário de Agroecologia são lançados 
              na Expointer 
              O secretário da Agricultura e Abastecimento, Odacir Klein, 
              lançou nesta segunda-feira, dia 31, em Esteio, durante a 
              Expointer 2004, o II Congresso Brasileiro de Agroecologia, V Seminário 
              Internacional sobre Agroecologia e VI Seminário Estadual 
              sobre Agroecologia. Os eventos irão acontecer de 22 a 25 
              de novembro, no Centro de Eventos da PUCRS, em Porto Alegre. O objetivo 
              é trocar informações e realizar discussões 
              que orientem estilos de agricultura de base ecológica e estratégias 
              de desenvolvimento sustentável.  
              Na programação, constam palestras e trabalhos distribuídos 
              em quatro grupos temáticos: sociedade e natureza, desenvolvimento 
              rural, uso e conservação dos recursos naturais, e 
              o manejo de agroecossistemas sustentáveis. Até o dia 
              7 de setembro podem ser inscritos trabalhos para apresentação 
              no Congresso. As inscrições para participação 
              como ouvinte também estão abertas e são gratuitas. 
              Informações podem ser obtidas no site www.emater.tche.br 
              .  
               
            Desenvolvimento 
              social: 
              Emater oferece oficinas de aprendizagem à comunidade 
             
              A Emater de Flores da Cunha está desenvolvendo com as famílias 
              do meio rural um núcleo de desenvolvimento social, onde são 
              oferecidas oficinas que tratam desde segurança até 
              produção de alimentos convencionais e alternativos. 
              As atividades são desenvolvidas durante o ano todo. As oficinas, 
              que geralmente são ministradas nos salões da comunidade, 
              estão abertas a toda a comunidade de forma gratuita. "Procuramos 
              levar até eles uma qualificação para melhorar 
              sua forma de viver", atesta a extensionista do bem-estar social 
              da Emater, Maria Lurdes Tormen Franceschet.  
              Além de abordar sobre a soberania alimentar, o núcleo 
              também trabalha com preservação ambiental e 
              geração de emprego e renda. Dentro de cada uma dessas 
              linhas de ação são ministradas campanhas de 
              pomar doméstico e avicultura colonial. Além de oficinas 
              de curso de aproveitamento de pescado de água doce, alimentos 
              funcionais, panificação, entre outras.  
              Conforme Maria Lurdes, na área de panificação 
              as pessoas aprendem a fazer tortas, pães integrais, pizzas 
              que muitas vezes são úteis para suas comunidades, 
              como as tortas que podem ser usadas nos rifões. "Eles 
              conhecem e produzem os produtos fornecendo renda para o seu clube", 
              diz Maria Lurdes.  
              Na linha de geração de emprego e renda há uma 
              produção caseira de produtos de limpeza e higiene, 
              processamento de frutas e hortaliças e artesanato. Confira 
              abaixo uma das receitas que a Emater ensina durante as atividades 
              no núcleo de desenvolvimento social. 
             
              Sucos Verdes 
                 
            02- 
              xícaras de folhas verdes escuras (amoreira, bergamoteira, 
              couve, espinafre, folhas de beterraba. Folhas de couve-flor, funcho, 
              hortelã, laranjeira, limoeiro, manjericão, pitangueira, 
              salsa, sálvia, entre outras) 
              01 - xícara de frutas de sua preferência 
              01 - xícara de brotos de sementes 
              03 - xícaras de água 
            Técnicas 
              de preparo 
            Bata 
              os ingredientes no liquidificador e depois coe. Beba o suco na hora, 
              evitando deixa-lo parado para preservar melhor suas propriedades 
              nutricionais. Procure usar sempre as plantas da estação, 
              elas têm maior valor nutritivo nesta época.  
              Os vegetais escuros são ricos em clorofila. As folhas verdes, 
              que tem aroma, possuem outros fitoativos de importantes propriedades 
              medicinais como: antitumorais, hidratante, antimicrobiano, antigripais 
              digestivo, e anti-oxidante natural, além de auxiliarem na 
              redução de níveis de colesterol e estimularem 
              a produção de glóbulos vermelhos. 
             
              Cadastro Vitícola 
            A 
              partir do mês de outubro os viticultores de Flores da Cunha 
              e Nova Pádua deverão passar na sede do Sindicato dos 
              Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua para 
              atualizar o cadastro vitícola. Os vinicultores deverão 
              estar munidos dos talões com as notas de venda de uva da 
              safra 2004. Conforme o presidente do Sindicato dos Trabalhadores 
              Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua, Olir Schiavenin, 
              será organizado um calendário para cada comunidade 
              e as pessoas que fizerem o cadastro receberão treinamento. 
               
            Sindicato 
              online 
            O 
              Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua 
              (STR) conta desde semana passada com um site atualizado sobre as 
              lutas, conquistas e serviços prestados pela entidade. O endereço 
              do site é www.strflores.com.br. Nele é possível 
              encontrar a estrutura do sindicato, notícias relacionadas 
              com a categoria e outras informações.  
            Rotulagem/Hortifrutigrangeiros: 
            Produtores 
              devem se adequar as novas normas 
             
              Depois de terminado o período de rotulação 
              para produtos vendidos em sacaria, finaliza neste mês o prazo 
              para os produtores se adequarem ao sistema de rotulagem para os 
              produtos de caixaria e folhosa. O cronograma de implantação 
              da rotulagem em caixaria iniciou em 30 de agosto e vai até 
              30 de outubro. Os produtos comercializados em folhosa se estendem 
              de 30 de outubro a 30 de dezembro.  
              Por determinação da Portaria número 157 do 
              Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro) todos os produtores de 
              hortifrutigranjeiros devem rotular as embalagens dos produtos. A 
              novas normas de rotulagem atingem todos os produtores e deverão 
              ser fiscalizadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária 
              e Abastecimento (Mapa), pela Associação Nacional de 
              Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo próprio 
              Inmetro. A medida atinge diretamente 120 mil produtores de hortigranjeiros 
              do Estado, que se dedicam ao cultivo de batata, cebola, aipim, tomate, 
              folhosas e frutos diversos em quase 140 mil hectares. 
            O 
              que deve conter no rótulo: 
            O 
              rótulo pode ser um carimbo, uma etiqueta colada ou um impresso 
              na caixa. Deve ser de fácil leitura. E deve conter as seguintes 
              informações: nome do produtor, município, endereço, 
              cep, inscrição do produtor ou CNPJ, data de embalamento 
              e peso líquido.  
            Cronograma 
              de implantação de rotulagem: 
            Caixaria: 
              aipim, batata-doce, banana, cenoura, laranja, lima, limão, 
              maçã, melão, pepino, pêssego, pimentão, 
              tomate, uva, entre outros vendidos em caixaria. 
              Início da rotulagem: 30/08/2004 
              Fiscalização: 30/10/2004 
            Folhosa: 
              agrião, alface, beterraba, brócolis, cenoura, salsa, 
              cebolinha, chicória, couve, couve-flor, espinafre, rabanete, 
              repolho, entre outros. 
              Início da rotulagem: 30/10/2004 
              Fiscalização: 30/12/2004 
            Ao 
              leitor 
              Este caderno é dedicado especialmente ao agricultor. Para 
              isso, o jornal O Florense se coloca à disposição 
              para esclarecer dúvidas sobre o meio rural e levar até 
              os leitores novas técnicas e culturas. Neste suplemento também 
              estaremos dedicando um espaço para publicação 
              de receitas que utilizem produtos da colônia, como as frutas 
              da época. Participe enviando sua dúvida, receita ou 
              assunto que gostaria de ler neste especial para O Florense (rua 
              Garibaldi, 1020, sala 4, ou pelo e-mail redacao@jornaloflorense.com.br 
              ou ligue 292 2500). 
            Expediente: 
              Edição: Andréia Debon 
              Textos: Danúbia Otobelli 
              Fotos: Andréia Debon e divulgação 
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