Produtores apostam na agricultura ecológica

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Ivanor Toscan investe na cultura agroecológica há três anos.


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A crescente procura por alimentos mais seguros e o aumento da consciência ecológica dos consumidores vêm transformando a agroecologia num autêntico e procurado nicho de mercado. Dados do Centro Internacional de Comércio (ITC), organismo vinculado à Organização Mundial do Comércio (OMC) e a Conferencia das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) apontam um crescimento dos produtos orgânicos em 20% a 30% ao ano no mundo todo, o que movimenta atualmente cerca de 20 bilhões de dólares.


Chefe da Emater de Nova Pádua Enio Todeschini, diz que o trabalho agroecológico precisa ser desenvolvido aos poucos.


Em geral, a idéia que se tem desses produtos é que eles são "isentos de agrotóxicos e adubos químicos solúveis". Entretanto, o conceito é bem mais amplo, pois envolve todo um sistema de produção que se apóia no manejo equilibrado do solo e dos demais recursos naturais, partindo do pressuposto de que a fertilidade da terra deve ser buscada na matéria orgânica, rica em microorganismos capazes de fornecer os elementos necessários ao desenvolvimento das plantas, ao mesmo tempo em que as torna resistentes a pragas e doenças. Os sistemas agroecológicos têm demonstrado que é possível produzir propiciando a possibilidade natural de renovação do solo, facilitando a reciclagem de nutrientes do solo, utilizando racionalmente os recursos naturais e mantendo a biodiversidade, que é importantíssima para a formação do solo.
No município de Nova Pádua, há três anos, um grupo formado por 13 famílias se uniu e adotou a produção agroecológica. Para isso, eles recebem treinamento e assistência técnica. Desde 2000, a Emater daquele município desenvolve uma diretriz de produção com menor carga de agrotóxicos. Durante um ano, os trabalhos foram divulgados para comunidade e em 2001 foi fundado o grupo. "Umas das dificuldades encontradas foi resistência e desacreditação da agroecologia pelos produtores. Mas fomos trabalhando as idéias, a conscientização para depois começarmos os trabalhos práticos", diz o chefe da Emater de Nova Pádua Enio Ângelo Todeschini, que acrescenta: "Agora o produtor está vendo o resultado".
Conforme o secretário da Agricultura e Abastecimento de Nova Pádua, Ivanor Toscan, que também é um dos investidores da agricultura orgânica, foi aberto um curso sobre agroecologia no município para explicar sobre esse tipo de cultura. O grupo se reúne a cada dois meses para conversar sobre a produção e rever tudo o que está sendo feito. Para o secretário, por enquanto, o número de famílias é pequeno porque "todos querem ver primeiro para depois ver ter certeza que dá certo."
De acordo com Todeschini, a produção de culturas orgânicas é bem diversificada. O destaque fica para a uva, mas aparecem também a cebola, alho, abóbora, pêssego e citros (laranja, bergamota, lima). Até agora já foram plantados cerca de 15 hectares de parreirais agroecológicos. "É um trabalho desenvolvido passo a passo, para os produtores entenderem esse processo de conversão", explica Todeschini.


Primeiros passos na agroecologia


Uma das culturas ecológicas de Pedro e Valdir Fantin é a cebola plantada sobre tapete de aveia.


Os agricultores Valdir Fantin, 44 anos, e Pedro Fantin, 47, moradores do Travessão Acioli, começam a dar os primeiros passos na cultura agroecológica. Desde 2001, os irmãos cultivam abóbora, uva, milho e cebola pelo sistema orgânico. "Se conseguirmos nos adequar vamos aumentar a produção", afirma Valdir.
Um dos motivos pelos quais a família resolveu optar por esse tipo de produção foi a questão da saúde, a fim de reduzir os produtos agrotóxicos nos alimentos e os riscos que o uso dos mesmos causa para a saúde.
Por enquanto, os Fantin tem comercializado os produtos ecológicos junto com os convencionais. "Vendemos tudo junto. Quando conseguirmos cultivar tudo ecológico vamos procurar mercado para a vende", diz Pedro.
A comercialização dos produtos ecológicos é o que tem se tornado um empecilho para os agricultores. Somente três famílias de Nova Pádua vendem os produtos para uma cooperativa ecológica de Antonio Prado, os demais produtores comercializam os produtos como convencionais ou utilizam para consumo próprio. "Flores da Cunha e Nova Pádua não possuem um mercado para esses produtos. O que acaba tornando difícil à venda", diz o secretário da Agricultura e Abastecimento. Segundo o chefe da Emater, se no início a preocupação era com a conscientização ecológica, hoje a comercialização tem preocupado. "Estamos conduzindo as famílias. Vamos transformar essa produção e manter a linha agroecólogica".
Toscan, que é um dos agricultores que comercializa a uva para a cooperativa de Antonio Prado, possui 1 hectare de parreiras ecológicas. "Com o passar dos anos pretendo substituir os parreirais convencionais pelos ecológicos", diz. A uva produzida por Toscan é transformada em suco.
Uma das grandes vantagens da agricultura orgânica é a diminuição nos gastos com agrotóxicos, que pode ser reduzido em 60% a 70%, já que muitos produtos utilizados são caseiros, como as cinzas. "Uma das vantagens é que se faz tudo em casa", diz Toscan. Pedro Fantin acrescenta: "Gasta-se menos, mas dá mais trabalho".
A agroecologia trabalha com a conservação do solo ao invés de destruí-lo. Em vez de se eliminar os inços, aprende-se a trabalhar a parceria entre as ervas e as culturas. Não irá se tratar a doença com agrotóxicos, mas busca-se fortalecer a planta para que esta não se torne suscetível ao ataque de doenças e isentos. "Os princípios agroecológicos buscam um equilíbrio entre o meio ambiente e o solo", destaca o chefe da Emater Enio Todeschini. Uma das técnicas bastante utilizadas em Nova Pádua é a aveia que protege contra os inços e ajuda a adubar e drenar o solo. (Continua na página 2)


Agroecologia:

 

"É possível plantar sem usar agrotóxicos"


Neri Morandi mantém uma horta somente com produtos plantados de forma orgânica

................O agricultor Neri Morandi, 58 anos, morador do Travessão Acioli, procura evitar o máximo de agrotóxicos em suas plantações. "Cuido para usar o menos possível", diz. Morandi mantém uma horta em casa totalmente natural e também está começando a produzir uva ecológica. "Notamos que dá para plantar sem usar os insumos".
Após observar a quantidade de agrotóxicos que era empregada na fruticultura e como, apesar do uso de equipamentos de proteção, os trabalhadores ainda se contaminavam, a família resolveu optar pela agricultura orgânica. Fez estudos e experiências com os novos produtos. "Dá para ver que tanto a nível nacional, quanto internacional, todos estão preocupados com a produção de frutas com agrotóxicos", diz Morandi.


Cuidados com a saúde motivaram o plantio orgânico


Paulo e Roberto Baggio

A agricultura orgânica na família do agricultor Paulo Baggio, 55 anos, morador de Nova Pádua, foi mais que uma opção de vida. Por problemas de saúde, ocasionados pelo uso de agrotóxicos, Baggio optou por cultivar tudo de forma ecológica. Nas plantações de milho e uva, por exemplo, tudo é feito de forma ecológica.
Há um ano, a família resolveu comprar uma máquina para fazer sucos em casa com a uva 100% ecológica que produz. "Tínhamos visto no mercado, conversarmos, até que decidimos comprar a máquina", conta o filho de Pedro, o funcionário público Roberto Baggio, 28 anos. Na última safra a família produziu 460 litros de suco.
Por enquanto, a bebida é feita só para consumo próprio, mas futuramente a família pensa em montar uma cooperativa. "Agora vamos tentar vender a uva para uma cooperativa", diz Roberto Baggio.

Vantagens da Agroecologia

Possibilita a natural renovação do solo;
Facilita a reciclagem de nutrientes do solo;
Utiliza racionalmente os recursos naturais;
Mantêm a biodiversidade que é importante para a formação do solo;

A origem

A agroecologia surgiu na década de 1920, quando iniciaram as primeiras preocupações com a qualidade dos alimentos consumidos pela população. A evolução para essa forma de produção foi gradual, sendo que os primeiros movimentos de agricultura nativa surgiram na Inglaterra e na Áustria, e posteriormente na França e no Japão.
No Brasil, a agroecologia surgiu na década de 70 como uma forma de vida alternativa, em maior contato com a natureza, e que repudiava a utilização de insumos sintéticos em suas lavouras. Praticada predominantemente por pequenos produtores, cujo mercado consumidor foi se formando entre o público que acreditava que alimentos livres de agrotóxicos seriam mais benéficos à saúde.
Nos anos seguintes, esse segmento cresceu e começou a se organizar, dando origem a diversas associações. No Brasil, a entrada dos orgânicos nos supermercados ocorreu a partir de 1997, o que contribuiu para aumentar sua visibilidade. Paralelamente outros canais de comercialização foram criados.
A expansão do consumo interno e a perspectiva de conquistar mercados também no exterior levaram ao crescimento da produção, que veio acompanhada da necessidade de garantia da qualidade, e a certificação acabou por se tornar uma exigência. Para atende-la, o produtor precisa contratar uma empresa certificadora. Esta realiza uma auditoria em sua propriedade, verificando desde a correção dos procedimentos técnicos até a conservação de matas nativas e as condições de vida e de trabalho dos agricultores. O processo envolve análises de laboratório para atestar a qualidade do solo, dos insumos e da água utilizada, o que implica despesas com as quais os pequenos proprietários, muitas vezes, não têm capacidade de arcar. Nesse caso, a certificação em grupo torna-se a melhor opção.
Para passar da agricultura convencional para a orgânica é necessário realizar um processo de conversão. Isso significa que, durante um período, o uso de fertilizantes é suspenso e a terra deve ser trabalhada até que o solo esteja livre de produtos químicos e a quantidade de nutrientes atinja um nível adequado. Esse procedimento leva cerca de três anos e precisa também ser certificado.

Técnicas Agroecológicas:
Adubação verde

A adubação verde é o cultivo de plantas que estruturam o solo e o enriquecem com nitrogênio, fósforo, potássio, enxofre, cálcio e micronutrientes. As plantas de adubação verde devem ser rústicas e bem adaptadas a cada região para que descompactem o solo com suas raízes vigorosas e produzam grande volume de massa verde para melhorar a matéria orgânica.

Adubação orgânica

A adubação orgânica é feita através da utilização de vários tipos de resíduos, tais como: esterco curtido, vermicomposto de minhocas, compostos fermentados, biofertilizantes enriquecidos com micronutrientes e cobertura morta. Todos esses materiais são ricos em organismos úteis, macro e micro nutrientes, antibióticos naturais e substâncias de crescimento.

Adubação mineral


A adubação mineral é feita com adubos minerais naturais de sensibilidade lenta, tais como: pó de rochas, restos de mineração, etc. Estes adubos fornecem nutrientes com cálcio, fósforo, magnésio, potássio e outros, em doses moderadas, conforme as necessidades da planta.

Não usar agrotóxicos

Os agrotóxicos, além de contaminar as águas, envenenar os alimentos, matar os inimigos naturais dos parasitas e contaminar quem os manuseia, desequilibram as plantas, tornando-as mais suscetíveis.
É comum que logo depois de uma aplicação de agrotóxicos as plantas sofram ataques ainda mais fortes, obrigando o agricultor a recorrer a venenos mais fortes ainda.

Não usar adubos químicos solúveis

Este tipo de adubação é a causa de dois problemas sérios: a morte de microorganismos úteis do solo e a absorção forçada pela pelas plantas, pois estes sais, além de se solubilizarem na água do solo, apresentam-se em altas concentrações. Este processo resulta em desequilíbrio fisiológico da planta, deixando-a suscetível aos parasitas.

Usar defensivos naturais

Defensivos naturais são produtos que estimulam o metabolismo das plantas quando pulverizados sobre elas. Estes compostos, geralmente preparados pelo agricultor, não são tóxicos e são de baixo custo. Como exemplos podemos citar: biofertilizantes enriquecidos, água de verme composto, cinzas, soro de leite, enxofre, calda bordalesa, calda sulfocálcica, entre outros.


Safra 2004:
Área de plantio poderá diminuir em até 40%

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Nelso Slaviero estoca parte da produção de alho para vender aos turistas.




Luis Carlos Molon aponta que falta de chuva pode prejudicar a colheita

A grande importação do alho da Argentina e da China, a falta de incentivo por parte do governo e o aumento do custo do cultivo está fazendo com que muitos produtores de Flores da Cunha e Nova Pádua reduzam significativamente as áreas de plantio. Essa desistência pode acarretar uma diminuição considerável nos números da safra 2005 no município.
Conforme o chefe da Emater de Flores da Cunha, Jair Carlin, é possível que a plantação diminua entre 30% e 40%, o que, conseqüentemente, reduzirá a produção do alho. Na última safra, Flores da Cunha, que é o segundo maior produtor de alho do Estado, colheu em torno de 3,2 milhões de quilos em 360 hectares. Para 2005, a projeção de Carlin é de que a safra chegue a R$ 2 milhões de quilos. "A expectativa é de colher acima de 10 toneladas por hectare", diz Carlin. No município, o alho gera 1.180 empregos e é cultivado por 280 produtores rurais. A produtividade dia do município é de 9 mil quilos por hectare.
Para o presidente da Associação Gaúcha dos Produtores de Alho (Agapa) e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua (STR), Olir Schiavenin, a diminuição da área acarreta uma maior qualidade da safra, além de diminuir o custo com o cultivo do alho. "Estamos reduzindo de forma consciente. Em vez de plantar mais, vamos ter condições de tratar melhor. E o mercado quer qualidade", diz Schiavenin.
Apesar da redução, Carlin também acredita numa safra boa. "Estamos preocupados em produzir com qualidade para sermos competitivos", frisa. A escassez de chuva também tem se mostrado um fator que pode vir a prejudicar o cultivo.


Marcos Isoton mostra a área que até o ano passado era destinada ao plantio do alho, mas neste ano foi utilizada para o cultivo de uva



O agricultor Marcos Afonso Isoton, 35 anos, morador da localidade do Travessão Carvalho, é um dos alhicultores que vem diminuindo a quantidade de alho plantado. Enquanto que em 2003 Isoton plantou 5 hectares, neste ano, o agricultor colherá o produto em apenas 1,8 hectare, o que corresponde a uma redução de 65%. "Logo que começamos a plantar dava retorno, mas hoje em dia o custo de produção é muito alto para uma vendagem com preço muito baixo", explica o agricultor.
Apesar de ter vendido toda a safra do ano, Isoton considera que não teve lucros com o preço que recebeu pelo produto, que foi vendido a R$ 1,50. A terra, que era destinada a plantação do alho até o ano passado, neste ano foi utilizada para o plantio de parreirais. "Deixei um pouco o alho de lado para plantar uva, porque no futuro pretendo instalar uma vinícola", diz.
O agricultor Luis Carlos Molon, 48 anos, também morador do Travessão Carvalho, compartilha da mesma opinião de Isoton. "Se continuar dando problemas vamos diminuir a plantação e substituir o alho por outra cultura, porque trabalhar com riscos não dá", salienta. O agricultor reduziu a plantação de 2 hectares em 2003 para 1,6 hectares neste ano. "Investimos no alho porque era uma alternativa além da uva. Há quatro anos vendia-se bem, até R$ 3 o quilo. Mas os últimos três anos tem sido os piores", diz o agricultor, que ainda destaca que muitas vezes não se recebe o preço prometido pelo produto. "Anos atrás tínhamos até 100% de lucro com o alho", frisa o agricultor Nelso Slaviero, 45 anos. Diferentemente dos outros, Slaviero produziu neste ano 30% a mais que o ano passado e conseguiu vender seus produtos na média de R$ 2. "Hoje em dia é preciso ter menos quantidade e mais qualidade", afirma o agricultor, que apesar do aumento também diminuiu em meio hectare a plantação em 2004.
Uma das alternativas encontradas por Slaviero é o investimento no turismo, por isso parte de sua produção de alho é estocada para vender aos visitantes.
O elevado custo de manutenção do produto é outro dos quesitos que conta para a diminuição da cultura. "Esperamos que o governo resolva o problema e que não venha o alho importado", diz Molon.
O Rio Grande do Sul tem 3.217 hectares de área cultivada e produziu na última safra 25.949 quilos. Em todo o país foram colhidos 70 milhões de quilos, numa produtividade média de 8.750 quilos por hectare.
Neste ano, para conseguir comercialização os produtores submeteram-se a preços inferiores aos custos. O valor médio pago aos produtores foi de R$ 1,50 quando na verdade para cobrir os custos o produto precisaria ser vendido a no mínimo R$ 2,50. O alho importado chega ao país entre R$ 1,20 e R$ 1,70.


Evento:

Congresso e Seminário de Agroecologia são lançados na Expointer
O secretário da Agricultura e Abastecimento, Odacir Klein, lançou nesta segunda-feira, dia 31, em Esteio, durante a Expointer 2004, o II Congresso Brasileiro de Agroecologia, V Seminário Internacional sobre Agroecologia e VI Seminário Estadual sobre Agroecologia. Os eventos irão acontecer de 22 a 25 de novembro, no Centro de Eventos da PUCRS, em Porto Alegre. O objetivo é trocar informações e realizar discussões que orientem estilos de agricultura de base ecológica e estratégias de desenvolvimento sustentável.
Na programação, constam palestras e trabalhos distribuídos em quatro grupos temáticos: sociedade e natureza, desenvolvimento rural, uso e conservação dos recursos naturais, e o manejo de agroecossistemas sustentáveis. Até o dia 7 de setembro podem ser inscritos trabalhos para apresentação no Congresso. As inscrições para participação como ouvinte também estão abertas e são gratuitas. Informações podem ser obtidas no site www.emater.tche.br .

Desenvolvimento social:
Emater oferece oficinas de aprendizagem à comunidade

A Emater de Flores da Cunha está desenvolvendo com as famílias do meio rural um núcleo de desenvolvimento social, onde são oferecidas oficinas que tratam desde segurança até produção de alimentos convencionais e alternativos. As atividades são desenvolvidas durante o ano todo. As oficinas, que geralmente são ministradas nos salões da comunidade, estão abertas a toda a comunidade de forma gratuita. "Procuramos levar até eles uma qualificação para melhorar sua forma de viver", atesta a extensionista do bem-estar social da Emater, Maria Lurdes Tormen Franceschet.
Além de abordar sobre a soberania alimentar, o núcleo também trabalha com preservação ambiental e geração de emprego e renda. Dentro de cada uma dessas linhas de ação são ministradas campanhas de pomar doméstico e avicultura colonial. Além de oficinas de curso de aproveitamento de pescado de água doce, alimentos funcionais, panificação, entre outras.
Conforme Maria Lurdes, na área de panificação as pessoas aprendem a fazer tortas, pães integrais, pizzas que muitas vezes são úteis para suas comunidades, como as tortas que podem ser usadas nos rifões. "Eles conhecem e produzem os produtos fornecendo renda para o seu clube", diz Maria Lurdes.
Na linha de geração de emprego e renda há uma produção caseira de produtos de limpeza e higiene, processamento de frutas e hortaliças e artesanato. Confira abaixo uma das receitas que a Emater ensina durante as atividades no núcleo de desenvolvimento social.


Sucos Verdes

02- xícaras de folhas verdes escuras (amoreira, bergamoteira, couve, espinafre, folhas de beterraba. Folhas de couve-flor, funcho, hortelã, laranjeira, limoeiro, manjericão, pitangueira, salsa, sálvia, entre outras)
01 - xícara de frutas de sua preferência
01 - xícara de brotos de sementes
03 - xícaras de água

Técnicas de preparo

Bata os ingredientes no liquidificador e depois coe. Beba o suco na hora, evitando deixa-lo parado para preservar melhor suas propriedades nutricionais. Procure usar sempre as plantas da estação, elas têm maior valor nutritivo nesta época.
Os vegetais escuros são ricos em clorofila. As folhas verdes, que tem aroma, possuem outros fitoativos de importantes propriedades medicinais como: antitumorais, hidratante, antimicrobiano, antigripais digestivo, e anti-oxidante natural, além de auxiliarem na redução de níveis de colesterol e estimularem a produção de glóbulos vermelhos.


Cadastro Vitícola

A partir do mês de outubro os viticultores de Flores da Cunha e Nova Pádua deverão passar na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua para atualizar o cadastro vitícola. Os vinicultores deverão estar munidos dos talões com as notas de venda de uva da safra 2004. Conforme o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua, Olir Schiavenin, será organizado um calendário para cada comunidade e as pessoas que fizerem o cadastro receberão treinamento.

Sindicato online

O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua (STR) conta desde semana passada com um site atualizado sobre as lutas, conquistas e serviços prestados pela entidade. O endereço do site é www.strflores.com.br. Nele é possível encontrar a estrutura do sindicato, notícias relacionadas com a categoria e outras informações.

Rotulagem/Hortifrutigrangeiros:

Produtores devem se adequar as novas normas

Depois de terminado o período de rotulação para produtos vendidos em sacaria, finaliza neste mês o prazo para os produtores se adequarem ao sistema de rotulagem para os produtos de caixaria e folhosa. O cronograma de implantação da rotulagem em caixaria iniciou em 30 de agosto e vai até 30 de outubro. Os produtos comercializados em folhosa se estendem de 30 de outubro a 30 de dezembro.
Por determinação da Portaria número 157 do Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro) todos os produtores de hortifrutigranjeiros devem rotular as embalagens dos produtos. A novas normas de rotulagem atingem todos os produtores e deverão ser fiscalizadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), pela Associação Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo próprio Inmetro. A medida atinge diretamente 120 mil produtores de hortigranjeiros do Estado, que se dedicam ao cultivo de batata, cebola, aipim, tomate, folhosas e frutos diversos em quase 140 mil hectares.

O que deve conter no rótulo:

O rótulo pode ser um carimbo, uma etiqueta colada ou um impresso na caixa. Deve ser de fácil leitura. E deve conter as seguintes informações: nome do produtor, município, endereço, cep, inscrição do produtor ou CNPJ, data de embalamento e peso líquido.

Cronograma de implantação de rotulagem:

Caixaria: aipim, batata-doce, banana, cenoura, laranja, lima, limão, maçã, melão, pepino, pêssego, pimentão, tomate, uva, entre outros vendidos em caixaria.
Início da rotulagem: 30/08/2004
Fiscalização: 30/10/2004

Folhosa: agrião, alface, beterraba, brócolis, cenoura, salsa, cebolinha, chicória, couve, couve-flor, espinafre, rabanete, repolho, entre outros.
Início da rotulagem: 30/10/2004
Fiscalização: 30/12/2004

Ao leitor
Este caderno é dedicado especialmente ao agricultor. Para isso, o jornal O Florense se coloca à disposição para esclarecer dúvidas sobre o meio rural e levar até os leitores novas técnicas e culturas. Neste suplemento também estaremos dedicando um espaço para publicação de receitas que utilizem produtos da colônia, como as frutas da época. Participe enviando sua dúvida, receita ou assunto que gostaria de ler neste especial para O Florense (rua Garibaldi, 1020, sala 4, ou pelo e-mail redacao@jornaloflorense.com.br ou ligue 292 2500).

Expediente:
Edição: Andréia Debon
Textos: Danúbia Otobelli
Fotos: Andréia Debon e divulgação

 

 

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