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            A vitivinicultura e a alhicultura 
              constituem a atividade mais tradicional nos municípios de 
              Flores da Cunha e Nova Pádua. Entretanto, agricultores dos 
              dois municípios vem investindo e apostando em diversificação. 
              Novas culturas e diferentes maneiras de plantar começam a 
              ganhar espaço e destaque na agricultura. Culturas como alcachofra, 
              alface hidropônica, mirtilo, morangos semi-hidropônicos 
              e mel ajudam a completar a renda familiar e se tornam produtos rentáveis 
              para os agricultores. “A única coisa que precisa é 
              de mais incentivo nessas novas culturas”, destacou o agricultor 
              Luis Bernardi. Conheça um pouco mais sobre os novos cultivos. 
              
            Nova tecnologias garantem 
              qualidade do morango 
               
              Arlindo Calgaro e Izaía Galiotto comercializam 
              fruta para Alemanha, Holanda e França 
               
              No sistema semi-hidropônico os morangos produzidos ficam suspenses. 
               
               
               
                
               
              Izaías Galiotto e Arlindo Calgaro investiram na nova cultura. 
            Imagine comer morangos cultivados na casca de arroz 
              carbonizada e dentro de estufas altas. Num processo que tem como 
              base os princípios da sustentabilidade e que garante a segurança 
              dos produtores, dos consumidores e do ambiente. Essa é a 
              proposta do sistema de produção semi-hidropônico 
              de morangos, desenvolvido pela Embrapa Uva e Vinho. 
            As pesquisas com o sistema semi-hidropônico 
              de morangos foram iniciadas há cerca de três anos e 
              já apresentam resultados que indicam ser uma excelente alternativa 
              para implementar a produção integrada em morangos. 
            O sistema semi-hidropônico de morangos está 
              sendo desenvolvido pelos agricultores Arlindo Calgaro, 33 anos, 
              e Izaía José Galiotto, 42 anos, em Otávio Rocha. 
              Os agricultores, numa parceria com o SEBRAE-RS, estão exportando 
              a fruta semi-hidropônica para Holanda, Alemanha e França. 
              “Estamos investindo com visão na exportação 
              que é um mercado diferenciado”, pontua Calgaro.  
            Há um ano e meio, Calgaro, que produz morangos 
              há oito anos, viu uma experiência com o sistema hidropônico 
              em Farroupilha, entrou em contato com um engenheiro agrônomo 
              e resolveu experimentar. Calgaro abandonou a produção 
              convencional de morangos e numa área coberta de 13 mil metros 
              quadrados plantou 200 mil pés de morangos semi-hidropônicos. 
              O agricultor Izaía Galiotto, que tem 50 mil pés de 
              morangos semi-hidropônicos, ainda planta morangos no sistema 
              convencional, entretanto, para o próximo ano, o agricultor 
              pretende cultivar 200 mil pés do morango semi-hidropônico 
              e abandonar a produção na terra. “Para preparar 
              deu trabalho, mas acho que agora vem a recompensa”, diz Galiotto. 
             
              
            Requisitos do Sistema 
            O sistema exige um alto investimento inicial para 
              a construção de estufas altas, aquisição 
              das mudas de qualidade e sadias e no estabelecimento do sistema 
              de ferti-irrigação. Conforme pesquisadora da Embrapa 
              Uva e Vinho Rosa Maria Sanhueza o investimento é estimado 
              em no mínimo R$ 5 mil para cada 5000 plantas. Além 
              disso, ela destaca que é necessário a qualificação 
              dos produtores e a contratação de um técnico 
              para prestar assistência técnica e acompanhamento na 
              propriedade. “Acredito que vou ter retorno, porque o nosso 
              trabalho é para mudar o conceito do que falam sobre o morango”, 
              diz Calgaro. 
            Segundo a pesquisadora, mesmo com os altos investimentos, 
              os resultados da experiência dos ciclos anteriores mostram 
              que o sistema é rentável devido a qualidade diferenciada 
              da fruta obtida e a maior produção por área 
              e a extensão do ciclo. 
            A Produção 
            Junto, os dois agricultores, além de exportarem 
              os produtos, criaram a marca D’Flores. A fruta é produzida 
              dentro das normas para exportação, sendo que cuidados 
              com o manejo e higiene dos produtos é essencial. Nas caixas 
              dos produtos são especificadas todas as identificações 
              da fruta. “Nós temos a melhor fruta do mundo, mas estávamos 
              perdendo qualidade quando colhíamos”, aponta Galiotto. 
            Este ano, os agricultores irão colher a 
              primeira safra e esperam produzir 250 mil quilos. A colheita acontece 
              entre os meses de novembro e dezembro.  
            Conforme os agricultores os lucros variam de 20% 
              a mais em comparação com os morangos convencionais. 
              “O mercado externo faz exigências, mas paga por elas”, 
              diz Calgaro. Os agricultores agora estão em busca do certificado 
              de produção de morangos.  
              
              
              Morangos Semi-Hidropônicos 
            Características da produção: 
              a plantação de morangos nesse sistema é realizada 
              dentro de estufas altas, em prateleiras de um a três níveis. 
              O cultivo é estabelecido em substrato constituído 
              por resíduos orgânicos, como casca de arroz carbonizada 
              e casca de Pinus, acondicionados em bolsas plásticas com 
              perfurações na parte superior, para instalação 
              do sistema de ferti-irrigação e plantio de mudas, 
              e na parte lateral inferior para facilitar a drenagem. Dessa forma, 
              os morangos produzidos ficam suspensos. 
            Agrotóxicos: nesse sistema o vigor das plantas 
              é controlado e para o manejo de pragas e doenças utiliza-se 
              o monitoramento das pragas, com o descarte de folhas e frutos infectados 
              e o controle biológico, reduzindo-se ao máximo a utilização 
              de pesticidas. 
            Vantagens do sistema:  
            O produtor não precisa fazer rotação 
              das áreas de produção, podendo a triplicar 
              o potencial de uso da terra;  
            Otimiza a área de produção, 
              em função do plantio das mudas em prateleiras em diferentes 
              níveis;  
            Por ser em estufas, o sistema protege as plantas 
              do efeito da chuva e facilita a ventilação, condições 
              que impedem o estabelecimento de infecções reduzindo-se 
              o estabelecimento das doenças;  
            Permite a produção de frutas com 
              maior qualidade e menor perda por podridões;  
            O período de colheita pode ser estendido 
              em pelo menos dois meses;  
            O sistema facilita a adoção de princípios 
              de segurança dos alimentos, possibilitando a maior aceitação 
              dos morangos pelo consumidor. 
              
            Comparação entre os principais sistemas 
              de produção 
              Produção Convencional 
              Práticas de manejo da cultura usadas parcialmente e sem restrições; 
            Treinamento e atualização técnica 
              opcional; 
            Não há necessidade de definir opção 
              pelo sistema; 
            Manejo de fertilizantes de acordo com a decisão 
              do proprietário;  
            Agroquímicos registrados para uso na cultura; 
            A vida de prateleira depende do manejo e armazenamento 
              pós-colheita. 
              
            Produção Integrada 
             
            Práticas de manejo são orientadas 
              pelas normas técnicas de PI;  
            Treinamento e atualização técnica 
              obrigatórios; 
            Opção por adesão ao sistema 
              em documento assinado com a certificadora; 
            Fertilização química com limitações 
              definidas;  
            Restrição ao uso de agroquímicos 
              permitido mas que apresentem impacto ambiental indesejável 
              e /ou potencial de eliminação de organismos benéficos; 
             
            A vida de prateleira depende do manejo e armazenamento 
              pós-colheita. 
              
            Produção Orgânica 
               
              Práticas de manejo são orientadas nas normas de produção 
              orgânica; 
            Treinamento e atualização de técnica 
              opcionais; 
            Opção por adesão em documento 
              assinado com a certificadora; 
            Não permitido o uso de fertilizantes de 
              origem sintética; 
            Proibição de uso de agroquímicos 
              sintéticos; 
            No geral, a vida de prateleira é menor que 
              a dos outros dois sistemas. 
              
              
              
            Uma flor na mesa  
               
                
              Jorge Martello projeta colher mais de cinco mil alcachofras) 
            Alcachofra é cultivada por 
              agricultor de Nova Pádua 
              
            Considerada uma iguaria exótica, a alcachofra, 
              também conhecida na região como artichoqui, vem sendo 
              produzida há dois anos pelo agricultor Jorge Martello, 49 
              anos, em sua propriedade no Travessão Bonito, em Nova Pádua. 
              O investimento pela alcachofra se deu por acaso. Martello ouviu 
              uma reportagem e a partir daí resolveu apostar no mercado. 
              “Não tinha nada para plantar e resolvi experimentar. 
              Eu investi e tive sucesso”, conta o agricultor, que plantou 
              mil pés. 
            Ainda pouco conhecida, a alcachofra é uma 
              flor imatura, pertencente a mesma família das margaridas 
              e dos girassóis. Da hortaliça se consome apenas a 
              parte carnuda das pétalas e o fundo da flor, depois de retirados 
              os espinhos. Na alcachofra, tudo se aproveita, diz Martello. “Vendemos 
              tanto as flores quanto as folhas”, aponta. O agricultor comercializa 
              a R$ 1 cada alcachofra para os mercados de Flores da Cunha, Caxias 
              do Sul e Porto Alegre.  
            De junho a novembro, se dá o processo de 
              plantio e época de colheita da alcachofra. “Estamos 
              começando a colher agora. Vamos colhendo aos poucos porque 
              as alcachofras não amadurecem todas juntas”, explica. 
             
            A despesa na manutenção das alcachofras, 
              conforme Martello, é baixa, já que os gastos se limitam 
              à compra da semente importada e das mudas, mais um pouco 
              de adubo e tratamento. “Ela exige bastante água”, 
              diz. Para o próximo ano, o agricultor já está 
              pensando em deixar as alcachofras rebrotarem. Cada pé de 
              alcachofra produz de oito a dez flores. Martello projeta colher 
              cerca de cinco mil alcachofras este ano. “Vendi tudo no ano 
              passado e até agora elas só me deram lucro”. 
              
            Curiosidades sobre a alcachofra 
                
             
            As alcachofras foram trazidas para o Brasil pelos 
              imigrantes europeus, há cerca de 100 anos; 
            Seu nome científico é Cynara 
              Scolymus; 
            A cada 100g comestíveis são encontrados 
              boas doses de vitaminas do complexo B, potássio, cálcio, 
              fósforo, iodo, sódio, magnésio e ferro; 
            Quando fica velha e não é colhida 
              a alcachofra abre uma flor azul; 
            A lista de suas qualidades terapêuticas inclui: 
              efeitos diuréticos, estimulante da vesícula biliar, 
              ativador da digestão, redutor do colesterol e inibição 
              do envelhecimento das células. Ajuda na melhora das funções 
              do fígado, além de combater problemas hepáticos 
              e diabéticos.  
            No século XVI o consumo da alcachofra na 
              França chegou a ser proibido para as mulheres, já 
              que a iguaria era considerada um afrodisíaco. 
              
            Dicas para preparar a alcachofra 
            Corte o talo perto da base e lave a alcachofra 
              em água corrente abrindo bem as pétalas para que a 
              água penetre.  
            Coloque em uma panela com água que cubra 
              as alcachofras. 
            O tempo médio de cozimento é de aproximadamente 
              40 minutos, dependendo do tamanho e idade da alcachofra. 
            Para saber se a alcachofra está cozida, 
              é só puxar uma folha, se ela se soltar com facilidade 
              é porque está no ponto. 
              
              
            Cultura hidropônica em expansão 
            Além do cultivo da alface agricultor pretende 
              investir em radici e rúcula 
             O cultivo de hortaliças em hidroponia - 
              trabalhos com água - é uma técnica que ganha 
              espaço tanto no país quanto no exterior. Foi pensando 
              nesse mercado promissor que o agricultor Valdomiro Marcante, 29 
              anos, morador do Travessão Cerro Grande, em Nova Pádua, 
              resolveu investir na cultura das alfaces hidropônicas. Há 
              cinco anos o agricultor, que estudou sobre culturas hidropônicas 
              no Rio de Janeiro, resolveu cultivar alface hidropônica nas 
              terras da família. No início eram dois mil pés 
              por mês cultivados na água. Hoje a produção 
              está em oito mil pés por mês. Os meses de inverno 
              representam maior comercialização, já que a 
              alface convencional não é produzida. “A grande 
              vantagem da alface hidropônica é que ela apresenta 
              menos doença, dá menos trabalho e há uma maior 
              qualidade em relação àquela plantada na terra”, 
              diz Marcante. 
            O agricultor vende as alfaces hidropônicas 
              para mercados de Flores da Cunha e está iniciando no mercado 
              de Caxias do Sul. Cada alface é vendida a R$ 0,40. “Os 
              investimentos para o cultivo são altos, mas o retorno é 
              bom”, pontua Marcante, que aponta um gasto de 70% na produção. 
              Para o futuro, o agricultor quer diversificar as culturas hidropônicas 
              cultivando radici e rúcula. 
              
            O processo da cultura 
              
            Primeira parte: A alface é semeada num local 
              chamado de sementeira onde permanece de 20 a 30 dias dependendo 
              da época do ano. Nesse local ela é regada três 
              vezes ao dia. 
              
             A alface segue para o Berçário onde 
              irá receber a solução nutritiva com sais minerais. 
              Nesse local ela fica até suas raízes crescerem. 
              
             Corresponde a etapa final do processo onde a alface 
              permanece de 45 a 59 dias até ser embalada. 
              
            O que é hidroponia 
            A hidroponia é uma técnica alternativa 
              de cultivo protegido em que o solo é substituído por 
              uma solução aquosa contendo apenas os elementos minerais 
              que os vegetais necessitam. Os produtos hidropônicos podem 
              ser cultivados em pequenas áreas, produzem fora da época 
              e ajudam a reduzir o uso de agrotóxicos. O cultivo hidropônico 
              aplica-se às culturas de rúcula, agrião, radici, 
              tomate, morango, entre outros. 
              
              
              
            Primeiros passos na cultura do Mirtilo 
            Fruta exótica é produção 
              em Otávio Rocha  - 
               
               
               
               
               
               
                
              Luis Bernardi mostra os pés, ainda pequenos, da fruta. 
              
            Uma pequena fruta, menor que um grão de 
              uva e que quando madura fica com a cor de jabuticaba vem ganhando 
              espaço no mercado. Esse é o mirtilo, uma fruta ainda 
              pouco conhecida e cultivada no país, mas que faz bastante 
              sucesso nos Estados Unidos e Europa. O blueberry, em inglês, 
              está tendo uma ampla divulgação devido aos 
              seus aspectos nutritivos, o que tem impulsionado o cultivo em regiões 
              não-tradicionais como a América do Sul, na qual destaca-se 
              o Chile como principal produtor.  
            No Travessão Carvalho, em Otávio 
              Rocha, o agricultor Luis Bernardi, 39 anos, vem desde dezembro do 
              ano passado cultivando o mirtilo. Sempre atento ao plantio de novas 
              culturas, Bernardi conheceu a fruta através de um primo. 
              “Ele me contou sobre os benefícios do mirtilo e me 
              disse que não tinha terra para plantar então me ofereci 
              para cultivar”, conta Bernardi. A intenção do 
              agricultor, que plantou mil pés, é exportar para a 
              Itália se beneficiando da possibilidade de produção 
              durante a entressafra deste país. Para tanto uma associação 
              de produtores está sendo formada.  
            A área de meio hectare já está 
              produzindo, entretanto somente daqui a um tempo Bernardi venha colher 
              o mirtilo. “No ano que vem talvez venha a conferir os lucros”, 
              projeta.  
            A planta é cultivada sem nenhum tipo de 
              agrotóxico. Os gastos para o mirtilo ficam por conta das 
              mudas e do sistema de irrigação que é necessário 
              para o bom desenvolvimento da fruta. Além da irrigação, 
              Bernardi também utiliza os cachos de uva para manter a umidade 
              do solo. Apesar de ainda não ter experiência no cultivo, 
              Bernardi está apostando no mercado externo e tem projeção 
              de aumentar para 1,5 hectare a produção de mirtilo. 
              
            Características do 
              Mirtilo  
             
            Nome científico: Vaccinium Asbey Read 
            Origem e dispersão: o mirtilo é uma 
              planta nativa da América do Norte, desde o Sul dos Estados 
              Unidos até o Leste do Canadá. 
            Características: o mirtilo é uma 
              planta arbustiva, o fruto é uma baga que quando maduro adquire 
              a coloração azul arroxeada, de tamanho pequeno e sabor 
              doce-ácido. Cada pé de mirtilo produz em média 
              de dois a três quilos por safra, que é colhido nos 
              meses de novembro e dezembro. Um quilo de mirtilo é vendido 
              ao consumidor em torno de R$ 60. “É uma fruta que exige 
              cuidados, por isso precisa ter uma recompensa”, diz o agricultor 
              Luis Bernardi. 
            Clima e Solo: a planta se adapta bem ao clima temperado. 
              O mirtilo é uma planta que exige solos com ph ácido. 
            Utilização: os frutos podem ser utilizados 
              para consumo “in natura”, sucos, geléias, iogurtes. 
            Propriedades nutricionais: atua nas funções 
              digestivas e respiratórias. Tem uso comprovado na oftalmologia, 
              dermatologia e reumatologia. É indicado contra diarréia 
              aguda, diabetes, inflamações leves da mucosa bucofarígena, 
              fragilidade capilar e insuficiência venosa (varizes e hemorróidas). 
              A folha do mirtilo pode ser utilizada para fazer chá. 
              
              
              
            Mais doce que o mel 
            Mudanças na apicultura diversificam produção 
              –  
              
              Arcângelo Andrighetti 
              
            Há alguns anos, quando se falava em apicultura 
              ou manejo racional de abelhas no Brasil imediatamente pensava-se 
              em produção de mel. Com a evolução da 
              apicultura no país passou-se, posteriormente, a serem desenvolvidos 
              métodos de produção de geléia real, 
              mel, pólen, própolis e cera. Além de produtos 
              manipulados como, por exemplo, hidromel, cremes, shampoos, sabonetes, 
              entre outros. 
            Investir no mel é o que o produtor Arcângelo 
              Andrighetti, 78 anos, se dedica há 60 anos. Andrighetti tem 
              apiários em toda a região. “Gosto de trabalhar 
              com o mel e enquanto estiver apto para trabalhar vou continuar”, 
              frisa o produtor. No ano passado, Andrighetti produziu 1,5 mil Kg 
              de mel. Para esse ano, a projeção é colher 
              entre 1,3 mil a 1,4 mil Kg. O produtor vende o mel em sua casa e 
              para os estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Cada quilo 
              de mel é vendido a R$ 5. 
            Outro adepto do cultivo do mel é o produtor 
              Abel Menegon, 53 anos, que há 30 anos produz mel. Menegon 
              possui 25 colméias. “Pretendo continuar produzindo, 
              mas não vou aumentar o número de colméias”, 
              diz. O produtor compara as abelhas como uma família. “Elas 
              são como uma família, algumas rendem mais outras menos”. 
              Menegon produz cerca de 10kg por caixa que contém de 12 a 
              15 favos. O produto é vendido a R$ 5 particularmente. “O 
              mercado é bom”, aponta Menegon que colhe o mel três 
              vezes ao ano, nos meses de outubro, novembro e março. 
            A produção do mel depende do tempo, 
              sendo que a primavera é a melhor época para iniciar 
              uma produção. Os gastos se limitam a manutenção 
              e limpeza dos apiários. “Tem mais lucro do que gasto”, 
              diz Menegon. 
              
            Saiba mais 
            O mel por definição é o néctar 
              colhido nas flores pelas abelhas e transformado em mel pela desidratação 
              realizada pelas abelhas e pela adição de enzimas. 
            O homem usa o mel basicamente como alimento, mas 
              há pessoas que lhe atribuem propriedades terapêuticas. 
            Apiterapia é a ciência da cura das 
              enfermidades com produtos apícolas, embora tendo uma denominação 
              nova, tem profundas raízes na medicina na medicina tradicional 
              de muitos povos.  
            Apicultura é o ramo da agricultura que estuda 
              as abelhas produtoras de mel e as técnicas para explora-las. 
            Apicultor é a pessoa que se encarrega de 
              cultivar os produtos proporcionados pelas abelhas. É ele 
              quem sabe o melhor momento de colher e a quantidade que pode extrair. 
              O apicultor tira os favos que contêm mel maduro e os coloca 
              em uma máquina centrífuga, que extrairá o mel 
              sem quebrar os favos, que podem ser utilizados novamente.  
            Apiário é um conjunto racional de 
              colméias, instalado em um determinado local para o confinamento 
              das abelhas. 
              
            Curiosidades sobre a produção 
              de mel 
              
              Abel Menegon 
            A abelha rainha se alimenta apenas de geléia 
              real. Ela põe entre 2 a 3 mil ovos por dia. 
            O consumo de mel no Brasil é de 200 gramas 
              por pessoa por ano. 
            China, México e Argentina são os 
              principais países exportadores de mel. 
            Alemanha e Japão os maiores importadores. 
              O consumo de mel na Alemanha é de 2,4Kg por pessoa por ano. 
            Dependendo da região, o período da 
              florada é de quatro meses. 
            A apicultura é uma atividade muita antiga, 
              sendo que suas origens estão na pré-história. 
              
            Caderno Rural 
              Suplemento especial encartado do jornal O Florense – Novembro 
              2004. 
              Textos: Danúbia Otobelli 
              Fotos: Danúbia Otobelli / Andréia Debon e Tatiana 
              Cavagnolli 
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